9 de abr. de 2012

Medidas para Preservação da Fauna na BR-101 Sul


Programa faz parte de projeto pioneiro que provou a eficiência da gestão ambiental para obras de rodovias no País

A construção de rodovias, de maneira geral, afeta ecossistemas, comunidades biológicas e espécies animais de formas variadas. Uma obra da grandeza da duplicação de BR-101 Sul pode impactar o meio ambiente, mesmo que sejam aplicados todos os cuidados no intuito de se preservar o meio. Não há como urbanizar áreas no entorno de uma rodovia sem gerar alguns impactos à fauna e à flora. O diferencial, no caso da BR-101 Sul, é a real preocupação do DNIT e a busca por soluções sustentáveis para minimizar os impactos.


A BR-101 Sul é pioneira na Gestão Ambiental em obras de infraestrutura de transportes no Brasil, tendo relevante cuidado com a vegetação nativa e os animais existentes na região ou que cruzam a rodovia.  Os monitoramentos iniciais permitiram um levantamento intensivo da fauna que ocorre, ao longo dos ambientes que são interceptados pela rodovia, gerando um levantamento de espécies que revela a diversidade na fauna da região.

Nos últimos anos, os impactos causados à fauna por atropelamentos em rodovias têm recebido atenção de pesquisadores em vários países. No Brasil essa preocupação é mais recente e, quase sempre, associada às áreas de interesse de preservação. O número de animais mortos em rodovias brasileiras – a cada ano – pode ser bastante relevante. Na Europa, a morte de animais por atropelamento tem sido identificada como uma das principais ameaças à vida selvagem. Esse problema geralmente é agravado em rodovias com fluxo intenso de automóveis que cruzam áreas habitadas pelas espécies da fauna silvestre.

O atropelamento e morte de animais são uma realidade mais comum que do que se imagina e a continuidade desse problema pode desencadear em um desequilíbrio em vários lugares. Por essa razão, foi estabelecido o Programa de Proteção à Fauna e à Flora, com o objetivo de acompanhar a supressão da vegetação, transplante de árvores imunes ao corte, especialmente no RS e para a aplicação de ações que reflitam em soluções que protejam os animais silvestres.

Um dos exemplos de ações bem sucedidas é a construção de passagens de fauna, que consistem em estruturas subterrâneas sob a rodovia por onde os animais possam fazer a passagem de um lado para outro, sem que coloquem suas vidas em risco e sem a iminência de atropelamentos.

Para a eficácia da implantação dos passa-faunas, é realizado um acompanhamento da frequência de atropelamentos, para identificação das espécies de animais silvestres, e também, para verificação da funcionalidade das estruturas pré-existentes de passagem de fauna, indicadas no Projeto Executivo de Engenharia aprovado pelo DNIT.

Campanhas executadas entre 2007 e 2008, com o objetivo de identificar os locais preferenciais de passagem de animais, foram implementadas inicialmente pelo Convênio DNIT e CENTRAN, seguindo proposição do Programa de Proteção à Fauna e à Flora, constante do Projeto Básico Ambiental – PBA aprovado pelo IBAMA.

Posteriormente, o monitoramento do atropelamento da fauna silvestre e da eficácia do uso das passagens de fauna foi iniciado com a realização de campanhas de campo executadas pela Empresa de Supervisão e Gerenciamento Ambiental – ESGA (Consórcio Concremat-Tecnosolo-CNEC) ao longo de 2009 e 2010.

Desde de 2011, o monitoramento vem sendo realizado pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC, por meio de Termo de Cooperação Mútua firmado com o DNIT por um período de 24 meses.
Para tanto, foram implantadas 25 passagens de fauna ao longo dos238,5 kmda rodovia no segmento catarinense – Palhoça - Passo de Torres e 21 passagens de fauna nos88,5 kmno segmento gaúcho - Mampituba – Osório.

Definições:

Passagens: As passagens de fauna são estruturas tubulares ou galerias que atravessam por baixo da rodovia possuindo de1,0 m a2,5 m de diâmetro.
Passagens secas: Para facilitar a travessia dos animais nos períodos de cheias estão sendo construídas calçadas recobertas com areia ou solo permitindo que a pegada do animal fique registrada para que o mesmo possa ser identificado. As calçadas ficam no interior da passagem e possuem60 cm de largura no RS e1,50 m de largura em SC, conforme solicitação do IBAMA.
Cercas guias: Associada à passagem de fauna é instalada a cerca guia com extensão máxima de100 m para cada lado e em ambas as margens da rodovia, o que permite direcionar o animal para que ele passe pela passagem construída.
Placa de advertência: É instalada uma placa de advertência para informar aos usuários da rodovia sobre a existência de passagem de animais da fauna silvestre naquele local, ou seja, para que seja redobrada a atenção nesse local.
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