27 de fev. de 2012

Resultados de campanhas de monitoramento de atropelamento de fauna são avaliados (BR-116/392)

Campanhas estimam o número e as espécies de animais atropelados na BR-392 com o intuito de avaliar medidas que diminuam a ocorrência dos acidentes

O Programa de levantamento, mitigação e monitoramento de atropelamento de fauna, um dos 18 propostos pelo DNIT que faz parte do Licenciamento Ambiental das obras da rodovia, já concluiu cinco campanhas. O objetivo é estimar o número de animais mortos, os pontos onde os acidentes acontecem com mais frequência e, desta maneira, analisar a eficiência das medidas para a mitigação do atropelamento, como as passagens de fauna e a colocação de telas ao longo da pista.

De acordo com diz o Técnico Ambiental Guillermo Dávila, da STE – Serviços Técnicos de Engenharia S.A., responsável pela gestão ambiental da rodovia, já foram identificadas 55 espécies de fauna nos 273 atropelamentos registrados nas campanhas. 49 delas são de animais nativos da nossa região, como cachorro e gato-do-mato, tartaruga tigre-d’água, cobra d’água e diversas espécies de aves.

Alguns animais como cobras, tartarugas e lagartos procuram a rodovia para se esquentar, outros simplesmente tentam passar para o outro lado a procura de água, alimento, refúgio ou reprodução. Eles correm o risco de ser atropelados. Na época de safra as aves são atraídas para a pista pelos grãos que caem dos caminhões que circulam na BR-392. “O ideal seria que estas cargas fossem bem lacradas e que as pessoas não jogassem comida para fora do carro para não atrair os animais”, diz Guillermo.

No verão muitos bichos são mais ativos, o que aumenta a possibilidade de entrarem na pista. Coincidentemente em meses como janeiro e fevereiro, as férias e o carnaval aumentam o volume do tráfego nas estradas. Com isso, a incidência de atropelamentos de animais também é maior. “Os motoristas precisam estar ainda mais atentos e respeitar as regras de trânsito, a sinalização e os limites de velocidade. Desta forma eles já ajudam a prevenir possíveis acidentes”, salienta Guillermo.
                 
Medidas para mitigação de atropelamento

Para que o número de atropelamentos diminua o DNIT incluiu medidas mitigadoras no projeto da BR-116/392. Entre elas está a implantação de passagens de fauna na pista, que são túneis por onde os animais podem passar sem ter contato com o tráfego da rodovia. Podem ser consideradas passagens de fauna alguns bueiros, pontes, dutos de drenagem ou os próprios passa-fauna, construídos especificamente para a circulação dos bichos. Estudos apontam que estas passagens nem sempre são utilizadas imediatamente, devido às mudanças que causam no cenário, mas ao longo do tempo os animais acabam utilizando-as. Nos lotes 2 e 3 da BR-392 (aproximadamente 50 Km) existem 25 estruturas que podem ser utilizadas como passagem.

Além delas, também foram instaladas telas ao longo da pista. Apesar de apresentarem a mesma estrutura, as telas têm duas funções. Uma isola os animais da rodovia, evitando o contato com o tráfego. Outra direciona os mesmo às passagens de fauna, para que a travessia seja feita sem oferecer risco às espécies.

A ideia é que as telas sejam mantidas quando a rodovia entrar em operação. “Elas podem, com o tempo, ser adaptadas ou removidas de certos trechos, conforme indicado nos resultados obtidos em outros monitoramentos de fauna, mas no momento foi a solução mais eficiente que o DNIT encontrou tanto para diminuir o número de atropelamentos quanto para direcionar os animais às novas passagens de fauna”, explica Guillermo.
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