20 de set. de 2012

Oficina de educação ambiental reúne trabalhadores responsáveis pela construção da Estrada da Boiadeira


Ação, que reuniu mais de 60 trabalhadores, integra Programa de Educação Ambiental que ocorre durante a gestão ambiental da Estrada da Boiadeira

Mais de 60 funcionários que trabalham na construção da Estrada da Boiadeira, no trecho entre Tuneiras do Oeste e Cruzeiro do Oeste, participaram na manhã da última quinta-feira (13) de uma oficina sobre educação ambiental, ministrada pela professora do Departamento de Teoria e Prática de Ensino da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Sônia Haracemiv.


A atividade integra o Programa de Educação Ambiental (PEA), que ocorre em paralelo à construção da Estrada da Boideira (BR 487/PR), obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no trecho entre Cruzeiro do Oeste e Tuneiras do Oeste, na região Noroeste do Paraná.

Como, historicamente, há grande fluxo migratório em grandes obras de infraestrutura, um dos temas abordados foi a valorização da região de origem de cada trabalhador.

“A educação ambiental deve ser pensada como uma relação entre o ser humano e a natureza. Por isso, é fundamental que cada um de vocês [trabalhadores] valorize a região onde nasceram e criaram raízes. Fico feliz por existirem vários paranaenses trabalhando pelo próprio estado. É importante ter cuidado com a origem dos trabalhadores”, destacou a professora Sônia.

Foram formados 14 grupos e cada um deles trabalhou com uma imagem relacionada à harmonia entre o ser humano e a natureza. Os grupos interpretaram as imagens e apresentaram aos demais.

Um dos momentos marcantes da oficina foi quando um dos trabalhadores alertou que o ser humano não se constrói sozinho, mas a partir da união, princípio defendido pelo educador Paulo Freire.

“O aprendizado ao longo da vida é aprender cada dia mais um pouco. Cuidando da natureza e preservando. Não só as reservas, mas todos os locais onde estamos, em nossas casas e em nossos trabalhos. Vivendo e aprendendo cada dia mais um pouco”, descreveram os integrantes de um dos grupos.

Foram ainda discutidos temas como a preservação da água, a biodiversidade, a harmonia e a destinação de resíduos sólidos.

De acordo com a faxineira Ester de Lima de Farias, de 29 anos, que trabalha no canteiro de obra da empresa que executa a pavimentação da estrada, a oficina despertou a consciência dos trabalhadores.

“Escutei muitos assuntos novos hoje aqui. Quanto mais participamos de oficinas assim, mais coisas novas aprendemos. Acho que essa oficina contribuiu para nos provocar a pensar sobre alguns assuntos que jamais pensamos”, conta o motorista.

Natural de Tuneiras do Oeste, o apontador Josafá Zubik, de 43 anos, destacou que a oficina fugiu de assuntos convencionais, como a correta destinação de resíduos sólidos. “Em toda obra onde trabalhamos aprendemos sobre a destinação de resíduos produzidos no trabalho, mas nesta oficina aprendemos educação ambiental, sobre a nossa relação com a nossa terra”, alega.

Para a professora Sônia Haracemiv, ministrante da oficina, o encontro superou qualquer expectativa previamente pensada por ela.

“Fiquei, ao mesmo tempo, impressionada e feliz com o nível de interpretação dos trabalhadores da Estrada da Boiadeira. A ecopercepção deles é maravilhosa, pois o saber deles é de vida”, finaliza.

Obra
A construção dos 18,7 quilômetros da Estrada da Boiadeira (BR 487/PR), entre Cruzeiro do Oeste e Tuneiras do Oeste, está prevista para ser finalizada em maio de 2013. A gestão ambiental é responsabilidade da Universidade Federal do Paraná (UFPR) que, por meio do Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI), é parceira do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT).

PEA
Programa de Educação Ambiental é um dos cinco programas socioambientais que integram a gestão ambiental da Estrada da Boiadeira e tem como objetivo fornecer subsídios teóricos e práticos à comunidade em geral, aos trabalhadores da obra e aos profissionais da educação. Para possibilitar a conscientização ambiental de todos os envolvidos busca-se desenvolver uma capacitação continuada, instigando junto aos públicos um permanente processo de reflexão, autoanálise, mudança de atitudes e de valores, bem como a incorporação de práticas de educação ambiental no cotidiano dessas pessoas.
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