8 de jan. de 2013

Programa de Monitoramento de Fauna – Campanhas de atropelamento monitoram, registram e contribuem com a redução dos impactos ambientais

Grandes obras como a de duplicação da BR-116/392, realizada pelo Departamento Nacional de Infraestruturas de Transportes (DNIT), inevitavelmente acarretam, tanto na construção quanto na operação, impactos ambientais, tais como os ocasionados à fauna.

O atropelamento de animais é um dos impactos mais significativos. Afetam o ecossistema, diminuem o número de indivíduos, ocasionam mudanças de comportamento e alterações na composição nas comunidades naturais.

Por esta razão, é desenvolvido pela STE, empresa que executa a Gestão Ambiental, desde o licenciamento, o Programa de Monitoramento de Fauna. As campanhas de monitoramento de atropelamento buscam determinar os efeitos das obras de duplicação da rodovia em três grupos de animais: aves, mamíferos (de médio e grande porte) e répteis.


Esta classificação também se dá entre nativos (silvestres não exóticos) e não nativos, subdivididos em domésticos ou silvestres exóticos, como exemplo, os cachorros e os pardais, respectivamente.

Entre abril de 2011 e novembro de 2012, foi identificado o atropelamento de 50 espécies de aves e 16 mamíferos (nos dois casos incluídos os não nativos). Quanto aos répteis, foram 17 (sem registros de não nativos).

Os dados foram obtidos após 11 campanhas realizadas bimestralmente, abrangendo as quatro estações, cada uma durante cinco dias consecutivos. Para tanto, as equipes de campo se dividiram nas tarefas de localização dos pontos monitorados, identificação dos animais e registros fotográficos. E, no caso da BR-116/392, os dados variaram também conforme as áreas e índices de concentração urbana ou tipo de ambiente onde estava inserido o trecho. Segundo o técnico ambiental da STE, colaborador da equipe do programa de fauna, Guillermo Dávila, “na BR-116/392, devido à duplicação, nas etapas de construção e operação, o monitoramento ocorreu e ainda é realizado nos dois sentidos da rodovia. Assim, temos mais representatividade, pois ampliamos a visualização das áreas e consequentemente o número de registros de atropelamentos. Este é um diferencial desta obra, considerando que na maioria das estradas brasileiras, por não serem duplicadas, a atividade é realizada percorrendo-se apenas um sentido da pista”.

Os resultados do período da amostra indicam que, entre os animais não nativos, os pombos estão no topo do ranking (75 ocorrências) dos atropelamentos. Após, os cachorros (44), seguidos de gatos (30) e pardais (37).

No que se refere aos animais nativos, entre as aves o maior número de registros é de pombas-de-bando (21), logo o anu-branco (20), o joão-de-barro e garibaldi, com 13 ocorrências para cada. No grupo dos mamíferos o ratão-do-banhado (43), o gambá (36), a preá (20) e o cachorro-do-mato (6). Os répteis têm o maior número das ocorrências de atropelamento: cobras d’água (81), tartarugas tigre de água (45) e cágados (23). Os índices demonstram que as aves nativas representam 57,5% dos atropelamentos, correspondendo a 32% dos que atingem indivíduos. Este é o grupo com maior representatividade e o mais homogêneo quanto à distribuição por espécies. Os mamíferos representam 16,5% das espécies nativas atropeladas e 24% dos indivíduos. As três mais atropeladas desta classe (de 14 espécies registradas) representam 74% dos atropelamentos.

Os répteis somam 21% das espécies atingidas e 37% dos indivíduos. Este grupo (de 17) representa 72% dos casos de atropelamentos.
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