Na tarde de 27/09 foi entregue o último lote de instrumentos musicais feitos com material reciclado para o Projeto AES SUL na Comunidade – "Educar para Transformar”. Confeccionados pelas mãos do artista plástico e oficineiro da Equipe Social da BR-448, Eduardo Nunes, e pelos recicladores da Vila de Passagem (condomínio de moradias que abriga provisoriamente as famílias da Vila do Dique/Canoas beneficiadas pelo Programa de Reassentamento Populacional do empreendimento). A ação faz parte da parceria entre o DNIT/RS, por meio da Gestão Ambiental da BR-448, Prefeitura Municipal de Canoas e a AES SUL.
Com uma demanda de 4000 instrumentos divididos em cinco lotes, os recicladores comemoram a entrega e aguardam com expectativa a contrapartida da concessionária, que vai reverter o trabalho em equipamentos para a montagem de uma cozinha no Galpão de Reciclagem da Vila de Passagem. Egon Oetinger, da produtora Axis Mundi que executa o projeto para a AES Sul destaca o trabalho de parceria: “Foi uma grande parceria. Você está lá, em São Borja, vendo os professores tocando os instrumentos que foram produzidos aqui em Canoas é um sinal de que o trabalho aconteceu e as pessoas foram sensibilizadas, e de uma forma tão simples. E saber que os recicladores descobriram que são muito mais importantes do que pensam ser, que fazem a diferença. É um trabalho muito importante”. Quanto a contrapartida, Egon afirma: “uma cozinha completa será doada a eles, precisamos apenas da definição do espaço de instalação”.
Para Eduardo, a proposta do projeto trouxe para os recicladores momentos de descontração. “Eles se dividiram em grupos que diariamente, por cerca de 1 hora se deslocavam do Galpão para a confecção dos instrumentos na sala de Educação Ambiental da Vila. Foram momentos de distração e relaxamento, pois durante a preparação das peças também conversávamos sobre a vida, de como era no Dique e de como é hoje. Por algum momento eles eram abstraídos do trabalho mecânico da triagem de resíduos, para relaxar. Sabemos que muitos deles não tem tempo para se divertir”.
Para a recicladora Marlene Medeiros, 50 anos, as horas de produção foram gratificantes. “Adorei fazer. Os colegas são ótimos”, comemora.
Outro elemento motivador do projeto para eles é a contrapartida da AES Sul, pois até o momento as refeições vêm sendo realizadas de forma improvisada. “Achamos uma boa, vai vir coisa boa para o Galpão. O almoço poderá ser feito aqui, com geladeira, fogão e microondas, não perderemos tempo indo para casa ou nos organizando para comer”, reforça a recicladora, Nadiles da Silva, 37 anos.
Os instrumentos são utilizados na capacitação dos professores durante os seminários realizados nas cidades de concessão da AES Sul beneficiadas pelo projeto para tratar temas transversais relacionados a sustentabilidade na cidade como energia, água, mobilidade e lixo.