Nos dias 4 e 5 de junho, as
comunidades Mbyá-Guarani e Kangaing, atingidas pelas duplicações das BRs 116 e
386, respectivamente, participaram da Feira organizada pelo DNIT, em Brasília.
Os indígenas guarani Maurício Gonçalves, presidente do CAPG/RS, Santiago
Franco, cacique da aldeia Arroio do Conde, e Talcira Gomes, da aldeia Estiva,
além dos kaingang Valdecir Lopes, da comunidade Lomba do Pinheiro, e Ari
Ribeiro, do Morro Santana, mostraram e comercializaram artesanato que produzem
nas aldeias localizadas no Rio Grande do Sul e que estão sendo afetadas pelos
dois empreendimentos.
As tendas
organizadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária
(Fapeu), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tiveram grande
presença de público, além da visita de escolares e autoridades que puderam
acompanhar o andamento dos trabalhos que estão sendo realizados pelos dois
projetos de apoio às comunidades indígenas.
Junto ao prédio do DNIT, a Fapeu ergueu três estruturas e colocou painéis
nas áreas de circulação. Uma, do Programa de Apoio às Comunidades Mbyá-Guarani
no Âmbito das Obras de Duplicação da BR-116/RS, outra da Gestão e Supervisão
Ambiental da BR-386, trecho Tabaí/Estrela, onde está o Programa de Apoio às
Comunidades Indígenas Kaingang, e uma terceira para a comercialização de produtos
típicos das duas comunidades, como cestaria, utilitários, adornos, zoomorfos
(miniaturas de animais da fauna nativa) e cerâmica. Foram distribuídos
materiais gráficos, como folderes, informativos e jornais, apresentados vídeos
e palestras para grupos ou individuais para os visitantes a respeito da
história, da cultura e do modo de vida dessas duas etnias no Estado.
Ao visitar as
tendas, o diretor-executivo do DNIT, Tarcísio Gomes de Freitas, conversou com cada
um dos representantes indígenas. Ao final, se mostrou satisfeito com o que viu
e elogiou a execução dos dois programas indígenas, coordenados pela Fapeu. Os indígenas reconheceram o esforço do DNIT,
agradeceram o empenho na execução dos programas e aproveitaram para pedir ao governo
federal que cumpra o que está estabelecido nos dois PBAi. “Estamos satisfeitos
com essas compensações, embora ainda pequenas em termos de compra de terras,
mas que já amenizam a situação precária dos povos indígenas”, destacou Maurício
Gonçalves. Para a coordenadora dos programas indígenas, Juliana Sarti Roscoe, o
evento foi um sucesso e importante para os dois programas. “Os programas
avançam e viram uma realidade, esse é o nosso compromisso, fazer o
desenvolvimento com responsabilidade social”, concluiu.