Esse projeto da Vila de Passagem foi muito bom para o nosso povo. Agora temos tudo na mão. Mudou muita coisa. Estou feliz ”, expressa a moradora da Vila de Passagem, Helena Mousquer, 49 anos. Nem mesmo a deficiência auditiva e os 35 anos sem estudar impedem Helena, ex-moradora da Vila Dique Rio Branco/Canoas, a retornar aos estudos.
Ela faz parte do universo das 122 famílias realocadas para a Vila de Passagem em Canoas, por conta do Programa de Reassentamento Populacional da BR-448.
Da mesma forma pensa Delci da Silva, 32 anos, ex-moradora da vila Dique Paquetá/Canoas, e que retomou o ensino médio, “a Vila me proporcionou a participação nos cursos de fuxico e garrafas pet, e com este estímulo voltei aos estudos. Tenho três filhos que estudam e eles ficaram muito felizes com a notícia, assim poderei ajudá-los e eles a mim, estudaremos juntos”, comemora Delci que pretende depois, fazer um vestibular, pois sonha em ser engenheira civil.
O processo de ressocialização das famílias da Vila de Passagem tem sido constante. O trabalho desenvolvido pelo DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, por meio do programa de Reassentamento Populacional da Gestão Ambiental (STE) e em parceria com a Prefeitura de Canoas, tem proporcionado aos moradores uma mudança significativa na qualidade de vida, ressaltado pela fala de Helena. “Solucionamos nosso problema de saúde pública, não tínhamos água e nem luz própria e de qualidade, nem segurança, transporte coletivo e assistência de saúde. A praticidade nos proporciona a melhora na qualidade de vida, hoje posso sair e me dedicar a outras coisas, no Dique não podia, o acesso era difícil e havia muito roubo. A vila me deu isso, agora temos tudo na mão”, resume.
O complexo da Vila de Passagem abriga 300 casas (19 m² cada), com pátio frontal, banheiro com chuveiro, tanque, pia, água e luz (subsidiadas pela Prefeitura de Canoas), área verde e auditório. A área externa do condomínio possui baia coletiva, estacionamento coberto e um galpão de triagem de resíduos sólidos, para atender os moradores que trabalham com a reciclagem. No local, os moradores contam diariamente com o atendimento das demandas pelo programa do DNIT e da Prefeitura de Canoas. Entre as ações está o constante trabalho de educação ambiental e social, além de oficinas de geração de renda, saúde móvel e atendimentos básicos.
Mesmo provisório, o espaço permite que as famílias tenham acesso à infraestrutura básica, inexistente na área do Dique, permitindo uma melhor qualidade de vida aos moradores realocados. Após essa permanência, as famílias serão reassentadas para as moradias definitivas, dentro do Programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal.