3 de abr. de 2013

Gestão Ambiental monitora qualidade da água em rodovias federais

O controle realizado nos corpos hídricos localizados próximos às obras previne impactos ao meio ambiente

Abastecimento, navegação, pesca, turismo e irrigação são alguns dos usos prioritários da água previstos na legislação. Além de indispensável à vida, é um bem estratégico para o desenvolvimento econômico dos municípios e vital para a manutenção e equilíbrio do ecossistema. A conservação da quantidade e qualidade da água em arroios, rios e lagos, depende da condição dos demais recursos naturais, localizados em seu entorno, já que ela sofre interferência direta da poluição e erosão, por exemplo.


Quando uma obra de grande porte é inserida em uma paisagem, as atividades previstas podem causar impactos nos recursos naturais, incluindo os corpos hídricos. Para minimizar o impacto nas obras rodoviárias federais, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), responsável por três grandes obras no Estado – BR-116/RS, 211 km entre Guaíba e Pelotas; BR-116/392, 84 km do Contorno de Pelotas à Rio Grande; e a BR-448, 22 km entre Sapucaia do Sul e Porto Alegre – implantou a Gestão Ambiental durante a execução de suas obras. Os objetivos são prevenir, minimizar ou compensar qualquer interferência que a construção de uma rodovia (BR-448) ou a duplicação (BR-116/392 e BR-116/RS) possa causar ao ambiente do entorno. No caso das três obras citadas, a Gestão Ambiental é desenvolvida pela empresa STE – Serviços Técnicos de Engenharia S.A., vencedora das licitações para executar os Programas previstos nos Planos Básicos Ambientais (PBA) dos empreendimentos.

Um destes Programas Ambientais é o de Monitoramento da Qualidade da Água para evitar a interferência das obras das rodovias sobre os mesmos. A análise inclui possíveis impactos decorrentes de poluentes orgânicos, vazamentos de combustíveis e óleos, estruturas de apoio às obras como áreas de obtenção de materiais de construção e usinas de asfalto, lixo e processos erosivos.

Para o consultor ambiental da STE, engenheiro agrônomo Lauro Bassi, é importante que haja uma preocupação com o equilíbrio dos recursos naturais para não influenciar nas diversas formas de vida que deles dependem. “O monitoramento garante que sejam tomadas medidas preventivas ou de correção para evitar impactos negativos sobre a qualidade da água e o ecossistema em geral”, explica.

O monitoramento da qualidade

O acompanhamento da qualidade da água na BR-116/RS é realizado através de campanhas trimestrais em 15 pontos de coleta, entre arroios e rios. Na BR-448 ocorre em 10 pontos no Rio dos Sinos e seus afluentes. Pela fragilidade ambiental da região, localizada próxima ao Parque do Delta do Jacuí, também está sendo analisada a qualidade da água subterrânea por exigência do PBA desta rodovia. Na BR-392 a coleta é realizada na barragem Santa Bárbara, que abastece a maior parte do município de Pelotas, em arroios e rios, totalizando 10 pontos amostrados, a cada quatro meses. Depois de coletadas, as amostras são encaminhadas aos laboratórios credenciados para análise. Nesta fase, são avaliados diversos parâmetros que podem estabelecer o Índice de Qualidade da Água (IQA), destacando-se a temperatura, oxigênio dissolvido, coliformes, pH, sólidos totais, nitrogênio, óleos e graxas. Os resultados do monitoramento das três rodovias mostram que até o momento não foram identificados impactos negativos sobre os recursos hídricos. Isto se deve à ação da supervisão ambiental que orienta diariamente as construtoras para a adoção das medidas de controle ambiental exigidas no PBA.
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