Com tema meio ambiente e relações sociais na formação do
ser humano, palestra de professora da UFPR destacou, entre outros temas,
descarte correto de detritos da construção civil
Os funcionários que
trabalham na construção da nova ponte sobre o Rio Paraná, entre Três Lagoas
(MS) e Castilho (SP), participaram da palestra “Meio ambiente e relações sociais na formação do ser humano”,
ministrada pela professora do Departamento de
Teoria e Prática de Ensino da Universidade Federal do Paraná (UFPR)
Sônia Haracemiv.
Numa sala,
dentro do alojamento da construtora responsável pelo empreendimento, os
trabalhadores participaram de dinâmicas que trataram das questões ambientais,
relações culturais, valores, direitos humanos e cidadania.
“A partir
de imagens e de recortes de jornais procuramos conhecer melhor a história
desses trabalhadores.
Foi uma experiência muito enriquecedora. Eles
sugeriram novos temas para nossa próxima capacitação e ainda dividiram o
conhecimento com quem não pôde participar. Foi muito bom constatar o
envolvimento deles”, destacou a palestrante.
Para
Virginia Célia da Silva Lima, de 40 anos, que trabalha com serviços gerais na
construtora, a palestra permitiu o estabelecimento de contato com os demais
funcionários da obra, o que, segundo ela, permite um melhor desenvolvimento das
atividades.
“Sugiro
que o PEA realize uma oficina sobre o tema ‘disciplina’ para uma próxima oficina,
porque não concordo com aquela frase que ‘peão é pra sofrer mesmo’. Se as
pessoas se organizarem, tiverem seu quarto no alojamento arrumado, limpo, todos
vão ter uma qualidade de vida melhor. Acho que a professora Sônia nos mostrou
que a questão ambiental não tem relação só com a natureza, mas tem também com
as pessoas que estão em nossa volta”, diz.
Baixa escolaridade
Uma
pesquisa de opinião pública realizada pelo Instituto Tecnológico de Transportes
e Infraestrutura (ITTI), pertencente à UFPR, identificou que, entre os
trabalhadores, o índice de acesso à escolar formal é baixo. Segundo o
levantamento, 64% dos trabalhadores estudaram no máximo até o final do Ensino
Fundamental.
“Pude
perceber que boa parte dos funcionários que ajudaram a erguer a estrutura da
nova ponte não sabe ler, ou esqueceu devido à rotina de trabalho duro e sem
muito acesso à leitura”, conta a professora Sônia, que tem no currículo
profissional vários anos de experiência com estudantes jovens e adultos, em
Curitiba (PR).
A oficina
serviu ainda para apurar a questão da destinação de resíduos sólidos na obra, a
noção dos trabalhadores no que se refere ao descarte correto de detritos da
construção civil. Figuras, reportagens, foram utilizadas por Sônia para tratar
sobre o assunto de forma simples e direta.
“Eu gostei do uso das
imagens como um método criativo, o que força os funcionários a visualizar o
conhecimento e é mais eficiente do que a leitura”, comenta o encarregado do
Departamento de Pessoal da construtora, Lucas Soares de Oliveira, de 23 anos.
Ao final,
a interação surtiu efeito, os trabalhadores se interessam bastante pelo tema
relacionado ao meio ambiente e até se comprometeram a buscar informações junto à
administração Municipal sobre o destino correto de resíduos.
PEA
A oficina é mais uma das
atividades do Programa de Educação Ambiental (PEA), que ocorre durante a série
de programas socioambientais na ponte sobre o Rio Paraná. A UFPR, por meio do
Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura (ITTI), é parceira do
Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) na gestão
ambiental da obra.
Hendryo André e Gislene de Almeida, especial para o projeto
G-Pontes. Com informações de Izabel Liviski
Assessoria de comunicação
ITTI – Instituto Tecnológico de Transportes e
Infraestrutura
(41) 3226-6658 | comunicacao@itti.org.br