À direta - Coordenador da Gestão Ambiental da BR-262 - Eduardo Ratton |
A exposição em comemoração aos 11 anos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) reuniu, além do projeto desenvolvido pelo Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura da Universidade Federal do Paraná (ITTI-UFPR) durante a revitalização da BR 262, entre Anastácio e Corumbá (MS), mais nove gestões ambientais realizadas por outros seis gestores.
Para o coordenador geral de Projetos do ITTI, Eduardo Ratton, os programas de gestão ambiental devem ser aperfeiçoados constantemente, já que “a própria forma executiva e de aplicação desses programas vem evoluindo por meio de experiências práticas que permitem avaliar quais as estratégias mais eficazes”.
De acordo com Ratton, embora a Legislação Ambiental esteja em vigência há três décadas, apenas nos últimos cinco anos é que passou a existir uma preocupação dos órgãos fiscalizadores e empreendedores em manter e realizar programas de gestão ambiental em obras de infraestrutura. “Infelizmente, os organismos estaduais ainda não tiveram essa consciência sobre as questões ambientais. E da mesma forma os órgãos fiscalizadores não têm cobrado essa atitude de forma efetiva”, opina.
Ainda segundo o professor, houve uma mudança de postura dos órgãos fiscalizadores, que passaram a exigir programas ambientais permanentes: “A gestão ambiental das rodovias, ferrovias e hidrovias não deve se ater unicamente à fase construtiva desses empreendimentos, mas também na fase de operação. Muitos problemas surgem e necessitam ser monitorados após a implantação, como o atropelamento de fauna, a forma adequada para o transporte de cargas perigosas, acidentes de veículos que podem até causar mortes”.
A seguir, você pode conhecer um pouco sobre cada uma das gestões ambientais que foram apresentadas na exposição em Brasília.
“BR 262 – Faço parte deste caminho”
A série de ações socioambientais na região do Pantanal começou em agosto do ano passado e será concluída no final do próximo mês de julho. A supervisão e gestão ambiental que ocorre em paralelo à revitalização dos 284,2 quilômetros da BR 262, entre Anastácio e Corumbá (MS), é composta por 15 programas ambientais.
Entre eles está o monitoramento de atropelamento de fauna. Há um ano, o supervisor ambiental Jack Pilatti percorre o trecho das obras semanalmente. Desde junho de 2011, mais de 600 animais foram catalogados, a maior parte de mamíferos (70%) e répteis (23%). Entre as espécies com maior taxa de acidentes estão o jacaré-do-pantanal (18,7%), o lobinho (13%) e a capivara (10,8%).
Outro programa que merece destaque é o de Educação Ambiental (PEA). Para a coordenadora do programa, a professora do Departamento de Transportes Gilza Blasi, a exposição de trabalhos em Brasília refletiu exatamente as inovações do PEA. “O grande destaque da nossa gestão foi o trabalho com as comunidades indígenas. De forma até involuntária, o PEA conseguiu produzir algo raro como uma publicação com partes em terena, o que é uma forma de valorização da cultura indígena local”, explica.
CONHEÇA MAIS SOBRE O PEA AQUI.
(http://www.itti.org.br/portal/component/content/article/51-noticias/445-eventos-marcam-encerramento-do-programa-de-educacao-ambiental-em-municipios-do-pantanal.html)
A primeira experiência em gestão ambiental
Danielle Garcia - Jornalista da Gestão Ambiental da BR-101 Sul |
O projeto na BR 101/Sul trabalha com sítios arqueológicos, comunidades indígenas, recursos hídricos, entre outros. Em convênio com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o projeto conta com o apoio da Universidade em caso de acidentes com produtos inflamáveis. “As outras rodovias pegam o modelo da gente, tanto o que deu certo como o que não deu e já vão direto pro certo. Vejo que a parte de comunicação das demais rodovias, que é importantíssima, é muito forte”, comenta a assessora de comunicação do projeto, Daniela Garcia Mesquita.
Grandes desafios em rodovias gaúchas
Coordenado da Gestão Ambiental da BR-448 - Adriano Panazzolo |
No Nordeste, o problema das queimadas na BR-101
A duplicação e restauração da BR 101, entre Natal (RN) e Catende (PE) passa por uma área de cultivo da cana-de-açúcar. Esse fator faz com que a incidência de queimadas seja intensa na região. “Quem provoca os incêndios são os próprios proprietários de canaviais. É outro tipo de educação que você tem que trazer: uma opção que saia mais barato para eles ou então procurar que eles tentem fazer o ‘breve fogo’, ou seja, as queimadas controladas. Oferecer alternativas. Já existe uma economia ali que é dominante há muito tempo e você tem que tentar trazer um pouco desse conhecimento pra eles e mostrar sustentabilidade, mas no todo, até no custo que ele vai ter pra utilizar aquilo”, conta a assessora de comunicação Carla Abad Cunha.
Você pode conferir a lista completa de gestores no endereço www.br262.com.br, na aba “gestores”. Amanhã, no fechamento da série sobre o aniversário de 11 anos do DNIT, você vai conferir uma entrevista exclusiva com a coordenadora geral do Meio Ambiente, Aline Freitas.